15ª Taça de Portugal




Mais uma taça

O FC Porto venceu a 70ª edição da Taça de Portugal, igualou o Sporting com 15 vitórias na prova rainha do futebol português, garantiu a décima vitória consecutiva e conseguiu encerrar a temporada 2009/10 como a tinha começado: com um troféu nas mãos e uma festa azul e branca no relvado. Conseguiu-o batendo o Chaves por 2-1, num jogo que foi mais ou menos o reflexo fiel da época portista: teve momentos muito bons, lances de antologia e domínio inquestionável da equipa de Jesualdo Ferreira, mas também fases francamente más, erros inexplicáveis e um nervoso miudinho que, mesmo sem nunca colocar em causa o triunfo, chegou a forçar os portistas presentes nas bancadas do Jamor a suster a respiração durante os últimos cinco minutos da partida, antes do grande suspiro final que chegou com o último apito de Pedro Proença.

E se o jogo só acabou mesmo no fim, apesar de ter ficado decidido ainda durante a primeira parte, foi porque o Chaves nunca baixou os braços, é certo, mas também porque o FC Porto os baixou logo depois do intervalo, entrando para a segunda parte com o rei na barriga, confortavelmente instalado na segurança ilusória da vantagem garantida no primeiro tempo. Tivesse o Chaves outros argumentos e os dois sustos que provocou aos portistas poderiam ter sido mais do que isso, forçando a que a história desta final se tivesse de contar em mais capítulos. Assim, houve apenas dois.

O FC Porto dominou a primeira parte. Antes de tornar esse domínio consequente, contudo, Helton havia de animar as coisas. Antes dos dez minutos, num lance aparentemente inofensivo, o guarda-redes permitiu que Edu se antecipasse, tocando a bola para a baliza. Valeu ao FC Porto o poste e Rolando, que completou o alívio. O susto, o primeiro da tarde, acordou os portistas e, três minutos depois, Guarín marcava, aproveitando aquele que foi o calcanhar de Aquiles do Chaves durante quase todo o jogo: o adiantamento da defesa. O médio ganhou um alívio nas costas dos centrais flavienses e, depois, limitou-se a explorar o espaço à sua frente, batendo Rui Rego com um remate cruzado. Os portistas continuariam a aproveitar esse espaço entre a defesa e o guarda-redes do Chaves até ao final do primeiro tempo, explorando, em particular, a velocidade de Hulk, a anos-luz de Eduardo, o lateral que teve a infeliz tarefa de o acompanhar. Seria assim que o FC Porto chegaria à vantagem de 2-0, com Hulk a oferecer o golo a Falcao, e também seria assim que desperdiçaria o terceiro, quarto e quinto golos de forma infantil, com Falcao, Hulk mas também Guarín a falharem inexplicavelmente na cara de Rui Rego.

E o jogo foi assim para o intervalo: resolvido, mas não encerrado. A segunda parte também teve o que contar. Jesualdo Ferreira foi o primeiro a mexer, poupando Raul Meireles - aparentemente já com a cabeça na selecção - a mais 45 minutos de sacrifício. Trocou-o por Tomás Costa, mas a equipa não ganhou nem perdeu nada com isso. Perdeu, sim, na atitude, entrando nessa etapa complementar a olhar para o relógio, como quem faz o frete no último dia de escritório antes das férias.

O Chaves percebeu essa atitude como uma janela de oportunidade e, mesmo sem nunca dominar os acontecimentos, foi-se chegando à frente, ameaçando a baliza de Helton. Haveria de passar das ameaças aos actos demasiado perto do fim do jogo para conseguir mais do que pregar um valente susto aos portistas, que já se preparavam para a festa, e dar uma pequena alegria aos flavienses que já iam abandonando o estádio. Parou tudo. Os preparativos de uns e a debandada dos outros. Antes do fim, Pedro Proença haveria de expulsar Ricardo Rocha do Chaves e Bruno Alves do FC Porto, ambos por acumulação de amarelos, antecipando, muito provavelmente, a despedida do capitão portista que pode ontem ter realizado o seu último jogo de azul-e-branco. O jogo acabou logo a seguir dando lugar à festa que viu Jesualdo Ferreira erguer a sua segunda Taça de Portugal, o sexto título desde que chegou ao FC Porto. Talvez o último.



Chaves 1-2 FC Porto
Estádio Nacional do Jamor

relvado razoável

28 mil espectadores

Árbitro Pedro Proença (AF Lisboa)

Assistentes Tiago Trigo e Ricardo Santos

4º árbitro João Capela

-

Chaves
Treinador Tulipa

78 Rui Rego GR 4

2 Danilo LD 5

30 Lameirão DC 4

4 Ricardo Rocha DC 4

23 Eduardo LE 3

26 Siaka Bamba MD 5

18 Bruno Magalhães MD 5

11 Samsom MD a 61' 4

14 Castanheira MO a 61' 5

20 Edu AV 6

21 Diop AV a 78' 5

-

48 Daniel Casaleiro GR

44 Heslley DC

77 João Fernandes MD

8 Flávio Igor MO d 61' 3

7 Vítor Silva AD

89 Diego AE d 61' 4

15 Clemente AV d 78' 5

-

Golo [1-2] 84' Clemente

amarelos 17' Bruno Magalhães, 24' Danilo, 40' e 90'+1' Ricardo Rocha, 41' Eduardo vermelhos 90'+1' Ricardo Rocha


FC Porto
Treinador Jesualdo Ferreira

1 Helton GR 4

22 Miguel Lopes LD a 62' 5

14 Rolando DC 5

2 Bruno Alves DC 4

15 Álvaro Pereira LE 7

25 Fernando MD 6

7 Belluschi MO 6

3 Raul Meireles MO a INT 4

6 Guarín MO a 72' 7

12 Hulk AV 7

9 Falcao AV 6

-

24 Beto GR

16 Maicon DC


23 Addy LE

8 Valeri MO d 72' -

20 Tomás Costa MO d INT. 4

10 Rodríguez AE d 62' 4

19 Farías AV

-

Golos [1-0] 13' Guarín [2-0] 23' Falcao

amarelos 11' e 90'+4' Bruno Alves

vermelhos 90'+4' Bruno Alves

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